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Foto do escritorQuixadá Aventura

O recorde de 564km voados em um parapente não será quebrado nesta década. Entenda o porquê.

Atualizado: 6 de nov. de 2018


Tatuagem no braço de um dos atuais recordista, Samuel Nascimento. Foto Samuel.

Primeiro é preciso diferenciar


Montanha X Reboque

Afirmamos o titulo desta matéria com base na separação de decolagem em montanha e decolagem em reboque, embora a FAI (Federação Aeronáutica Internacional) reconheça as duas sem diferenciação. Entendemos que existem grandes diferenças e vantagens em relação a decolagem rebocada para voos extremos, e isso é injusto.


Por que injusto?

Mais chances / Mais seguro em vento extremo

Imagine que em um intervalo de 30 dias, 5 destes dias possuem meteorologia favorável para um super voo, porem com vento na superfície de 40km/h.

Na montanha esse vento não será inferior a 50km/h e a possibilidade de decolar com segurança é bastante restrita, ou seja, destes 5 dias, talvez seja possível decolar em 1 deles na montanha. Enquanto no reboque não será problema decolar todos os 5 dias. É importante lembrar que a decolagem com menos estresse, que o reboque proporciona, também poderá influenciar o inicio do voo.


Mais rápido

Após a decolagem na montanha é preciso ganhar altura para vencer o desnível e iniciar o cross. Enquanto, na decolagem em reboque, muitos são desconectados a alturas muito superiores, à uma decolagem em montanha (no caso do nordeste do Brasil). No reboque também não existem obstáculos, pois, após o inicio do voo é desconectar do cabo e iniciar o cross. Já na montanha é preciso superar o rotor.


A comunidade de pilotos de cross country já reconhece as vantagens do voo rebocado

Após acompanhar a temporada 2018, nos sertões do nordeste, está claro que, a maioria dos pilotos optou por decolar rebocado em diferentes cidades do nordeste. É um novo estilo do esporte que traz mais segurança a modalidade extrema do voo livre.


Usar o reboque é injusto?

Não, injusto é tratar igual estilos diferentes.

Decolar rebocado, em condições extremas, é a evolução do esporte e esta modalidade está ganhando força a cada dia.


A FAI precisa separar os estilos de decolar, pois a superação dos 564km sendo realizada de uma decolagem rebocada é injusta para quem estudou, analisou, aguardou o melhor dia, tentou e conseguiu a marca após um grande intervalo sem possibilidades.


Por que a marca de 564km não será quebrada nesta década?

Primeiro é preciso entender que poucos pilotos, com perfil para este feito, tentaram quebrar a marca nesta temporada, ou seja, tentaram decolando em uma montanha. E a tendência é que pilotos em busca de grandes distâncias, a cada dia, se afastem mais da montanha.


Quando a marca será superada?

Quando os equipamentos evoluírem consideravelmente em planeio, velocidade e segurança, onde pilotos medianos decolarão da montanha em um "dia mágico".


Por conta disso, a FAI deverá ou deveria criar uma "nova" classificação para as decolagens em reboque, caso contrario, os heróis do passado e do futuro serão injustiçados.


Porque os 564km não foram superados no reboque na temporada 2018 nos sertão brasileiro?

Um grande voo é feito de muitos detalhes e a harmonia perfeita de todos não aconteceu nesta temporada. Mesmo com a vantagem do reboque, ele não é tudo.

Para não me alongar tanto, posso citar apenas o fato do sertão "ter virado mar" e a quantidade de água presente no solo deve ter influenciado na força dos ventos. Não me recordo de tantos dias com vento fraco durante uma temporada.




Por,


Eurismar Júnior

Quixadá Aventura




3.332 visualizações1 comentário

1 Comment


Muito bem elaborado o texto acima , não desmerecendo as grandes distâncias alcancadas no reboque ,mas tratar sem distinção um Record de reboque x montanha não e justo com aquele que voo a essência do voo livre .

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